“A Garota dos Cabelos Verdes”
CapÃtulo 2 – Caroline e Carolina
— Seu descarado! — mas esta não é a voz do Pigmeu.
E não era mesmo. Era uma gostosona, com um par de seios tão grandes que .... Ah, agora entendi o motivo do tapa.
E a gostosa peituda partiu sem me dar tempo de explicar que os melões não eram os dela e ... Ah, deixa pra lá! Só faltam estes malditos melões para eu terminar esta porra de lista. Vamos lá! Eu preciso ir embora deste supermercado, isso aqui está me dando nos nervos.
----------------------------------------
Lá estavam eles, dois melões, os dois últimos melões. Parecia até que minha mãe tinha adivinhado. Faltando uns seis metros para eu chegar até a banquinha alguém entrou na minha frente e pegou os dois melões. Eu quase explodi de tanta raiva. Dei um soco tão forte no carrinho que quase o parti ao meio. Uma velha que passava ao meu lado me olhou estranho.
— O que foi, vai encarar? — falei pra velha.
A velha apertou os passos e sumiu.
Os melões eram meus!!! Eu os vi primeiro, certo? Certo? Claro que sim, eu os vi primeiro, eles eram meus, meus!!! Os melões eram meus, porra!!!
Sai em disparada atrás da mulher que roubara os melões de mim. Não era difÃcil segui-la, visto que ela tinha cabelos verdes. Acreditam nisso? A biscate tem os cabelos mais verdes e brilhantes que eu já vi nesta porra de vida. Será que esqueceram de avisá-la que o carnaval é só em fevereiro? Biscate! Ladra de melões! Maldita! Maldita!
Segui a biscate por todos os cantos do supermercado, esperando por um momento de agir. Sim, estão pensando o quê? Acham que vou deixar barato? Vou pegar os meus melões de volta. Não quero nem saber, eles são meus.
De repente a oportunidade pela qual eu esperava. Ela deixou o carrinho sozinho no corredor de doces. Não pensei duas vezes, aproximei-me o mais rápido possÃvel e peguei os dois melões de volta. Joguei-os dentro do meu carrinho e saà em disparada. Juro pra vocês, quase gozei na cueca. Senti uma sensação tão gostosa. Foi como se todos os problemas da manhã tivessem desaparecido.
Entrei na fila do caixa como um novo homem. Eu estava tão bem que poderia cair um pacote de arroz na minha cabeça e eu nem sentiria o impacto.
A fila andava super devagar. Uma tartaruga com o pé quebrado andaria mais rápido. Mas eu estava tão calmo que isso nem me afetou. Comecei a assoviar e a batucar no carrinho. O cara que estava na minha frente não curtiu muito, mas eu nem dei bola. Continuei meu batuque.
De repente dei uma olhada despretensiosa para trás e tomei um susto enorme. A mulher dos cabelos verdes estava bem atrás de mim.
— Oi — disse ela, sorrindo pra mim.
— Olá — respondi, com um nó na garganta.
Eu não podia acreditar nos meus olhos. A biscate que roubara meus melões era simplesmente maravilhosa. Seus olhos verdes combinavam com os cabelos. Narizinho de dondoca, delicado e ligeiramente arrebitado. Seus lábios grossos lembram a Angelina Jolie. Suas bochechas são tão perfeitinhas e lisinhas feito bundinha de bebê. Seu corpo é todo bem trabalhado, aposto que ela gasta horas e horas numa academia. Sua camiseta preta colada ao corpo atrai os olhos de todos. Que seios! Acho que roubei os melões errados, eu deveria ter roubado estes. A calça jeans tem alguns furos e pedaços desfiados, revelando pernas branquinhas. Meu, muito gostosa!!! Acho que o ódio bloqueou minha visão, pois quando ela roubou meus melões eu não me lembro destes atributos todos.
E agora? Será que ela sabe que eu peguei os melões do seu carrinho? Será que ela está aqui atrás esperando uma oportunidade de me acusar para o gerente do supermercado? Será que ...
— Você tem fogo? — perguntou ela, cutucando minhas costas de leve.
Fogo? Tenho muito, boneca.
Virei-me em sua direção e ela segurava um cigarro.
Ah, entendi, é este fogo.
— Sinto muito, eu não fumo.
—Â Que bom.
Fiz cara de desentendido. Ela prosseguiu:
— Vou explicar. É que eu estou querendo parar de fumar. Aà eu pensei comigo, se este cara acender o cigarro eu continuo, senão eu paro.
— Quer dizer então que eu vou fazer você parar de fumar?
Ela fez que sim com a cabeça, depois disse:
— Que responsabilidade, não?
— Com certeza. Fico feliz por ter ajudado.
— Ajudado? Faz cinco minutos que não fumo e já estou subindo pelas paredes. Maldito vÃcio dos infernos.
Dos infernos? Comecei a rir. Meu, fala sério, a mina falou igualzinho a mim!!!
— Do que você está rindo?
— Nada não, perdoe-me.
— E você, não tem nenhum vÃcio?
— Eu? Acho que só um.
—Â Qual?
—Â Sexo.
Ela caiu numa gargalhada maravilhosa. Deu pra ver todos os músculos do seu rosto. Meu, como ela é gatinha!!! Tudo bem que este cabelo verde ofusca um pouco sua beleza natural, mas nada que um boa tinta não resolva.
— Não sei o seu nome — falei.
— Caroline — respondeu ela, ajeitando seus cabelos verdes.
— Bonito nome, Caroline. Sou Nando.
E beijei a bochecha de Caroline. É ainda mais lisinha do que eu pensava. E tão cheirosa!
— Pode me chamar de Carol. Ninguém me chama de Caroline, nem meus pais.
— Comigo também é assim. Meu nome é Fernando, mas ninguém me chama assim. Só quando estão putos da vida.
— Claro, claro. Normal. Quando meu pai está fulo da vida comigo ele diz meu nome inteirinho, enfatizando cada sÃlaba.
Será que fica estranho pedir o telefone dela bem aqui na fila do supermercado? Meu, não dá pra perder uma chance como esta. A garota é linda demais. O cabelo é medonho, mas a gente dá um jeito nisso mais tarde. Um beijo naquela boca deve ser algo inesquecÃvel. E os peitões então? Ai caramba!!!
— Acho que chegou sua vez — disse ela, apontando para o caixa.
Olhei para trás e a mocinha do caixa me olhava feio, meio impaciente. Até ela percebeu que eu estava jogando o maior chaveco na menina dos cabelos verdes.
Fui passando os produtos pelo caixa, até que chegou o momento de passar os dois melões. Fiquei vermelho. Acho que todo o sangue do meu corpo subiu para a minha face. Putz grila! E agora? Ela está olhando para os melões. Pronto, fodeu. Vai ser o maior barraco, já estou até vendo.
— Nossa, acredita que passaram as mãos nos meus melões? — disse Caroline.
— Cara de sorte, hein! — respondi, tentando disfarçar.
Ela ficou sem entender, mas depois caiu a ficha e ela sorriu. Depois me deu um soco leve no braço. Adoro quando elas fazem isso.
— Bobão! Eu estou falando de melões mesmo. Iguais a estes que você comprou.
— Estes? — e apontei para os melões. — Ah, entendi. Se quiser levar um eu posso ...
— Não, não precisa.
Peguei um dos melões e coloquei no carrinho dela. Quem não gostou foi a menina do caixa.
— Eu já tinha cobrado! — disse ela, vermelha de raiva.
— Não tem problema — falei. — Eu pago mesmo assim.
— Nem pensar! — disse Caroline, recolocando o melão sobre o balcão. — Você comprou, pagou, é seu.
Peguei o melão e o coloquei novamente dentro do carrinho dela. Desta vez ela deixou como estava. Aà eu disse:
— Faço questão. E tem mais, se eu pegar aquele que passou as mãos nos seus melões o bicho vai pegar.
— Nossa, você falou igualzinho o meu ex.
Ex? Opa, gostei de ouvir isso. Dei-lhe um sorriso.
Esperei por ela e fomos juntos até o estacionamento do supermercado. Eu estava pronto a oferecer uma carona, quando ela me disse:
—Â Quer uma carona?
— Não, obrigado, eu estou com o carro do meu pai.
Ela sorriu e continuamos andando pelo estacionamento.
— Obrigado pelo melão — disse ela. — Você não faz idéia da importância dele pra mim.
— É mesmo?
—Â Mesmo.
De repente ela parou, foi quando eu vi o maldito Fusca vermelho. Senti uma fúria tão grande!
— Se eu pego este filho da puta eu arrebento a fuça! — falei, apontando para o Fusca vermelho.
— Nossa, mas o que houve?
— Este babaca embicou na minha frente e roubou a minha vaga. Era pra eu estacionar ali! Eu! Eu!
Caroline caiu na gargalhada, tirou uma penca de chaves do bolso e abriu a porta do Fusca vermelho. Putz! Minha cara quase caiu no chão. Fazia tempo que eu não ficava tão envergonhado em toda a minha vida. Isso me fez lembrar a primeira vez que me senti assim. Eu tinha uns 8 anos e a professora me pediu para apagar a lousa. Eu peguei o apagador, fui até a ponta esquerda e vim apagando tudo bonitinho. Mas quando eu estava quase terminando soltei um pum seco, daqueles longos. Toda a classe começou a rir. A professora olhou pra mim e tentei disfarçar de todo jeito, mas não tinha mais como voltar atrás. Depois daquele dia fiquei conhecido como "Cu Flautista" por um bom tempo.
— Miiiiiiiiiiiiil perdões!!! — disse Caroline, também um pouco envergonhada. — Eu não queria ter feito isso com você. O problema é que eu sempre estaciono aqui. É mais fácil pra sair.
— Aposto que é — falei, fingindo estar irritado com ela.
—Â Desculpa!!!
— Estou zoando com você, oh! Bom, na hora eu fiquei muito puto, mas como posso ficar irritado com um anjo de pessoa como você?
— Anjo de pessoa? — disse ela, depois caiu numa gargalhada longa e deliciosa.
— Uau, por que o susto? Então você não é um anjo?
— Diga isso aos meus pais, Nando.
— Com todo o prazer. Onde eles estão?
Ela sorriu, depois disse:
— Você é um cara legal, sabia?
Hehehe ... Esta já está no papo.
Trocamos telefones e cada um tomou o seu rumo.
Eu estava num estado de êxtase tão grande que nem me lembrei dos arranhões no carro do meu pai. Cheguei em casa e minha orelha ficou até azul de tanta merda que eu ouvi. Além do carro todo arranhado eu também errei diversos itens da lista. Comprei leite condensado no lugar de creme de leite, comprei margarina ao invés de maionese, etc... Não nasci pra fazer compras em supermercado. Já fica aqui o meu aviso, caso haja alguma interessada em se casar comigo. Pra piorar a situação eu esqueci de comprar um presente pra mama. Resumindo, levei esporro de todo mundo. Calma aÃ, não confundam esta última frase com um filme pornô, hein!
Posso confessar algo a vocês? Eu sei que levei uma bronca daquelas, mas sinceramente eu não me recordo muito bem como foi. Juro. Minha cabeça estava em outro lugar. Eu não conseguia tirar Caroline da minha mente. Sim, ela, a garota dos cabelos verdes horrorosos. Sinto muito, Carol, mas é a mais pura verdade. Seus cabelos verdes são horrendos, medonhos, cabulosos, toscos, etc... De quem será que foi a terrÃvel idéia de pintá-los daquela forma? Ninguém em sã consciência faria aquilo. Ela deve usar algum tipo de droga, sei lá. E o pior ... será que ela também lava com mijo?
O relógio marcava 5 horas da tarde. Eu tinha acordado de um cochilo, onde tinha sonhado algo tão bom! Nem preciso dizer com quem, preciso? Olhei para o criado-mudo e lá estava meu celular, onde eu havia anotado o número do telefone dela. Senti uma vontade enorme de ligar e ouvir aquela voz gostosa outra vez. Não, melhor não. Ainda é muito cedo, não é? Ela vai pensar que estou desesperado. Agüenta firme, Nando! Mulher não gosta disso, e você sabe muito bem. Espere até segunda-feira, aà você liga mais tarde e...
Riiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiing!!!!
Puta merda, viu? O que será que aquele bosta quer?
— Pezão, enfia o dedo no cu e ...
—Â Ai, credo!!!
Puta merda! Não é o Pezão, eu acho que é ...
— Carol, é você? — perguntei, envergonhado.
— Sim, sou eu, é assim que você atende o telefone?
Ela começou a rir. Ufa! Nada melhor do que uma garota com senso de humor.
— Perdoe-me!!! Eu pensei que fosse outra pessoa.
— Quem é Pezão?
— É um amigo meu. Deixa pra lá.
— Sei. E por que você mandou ele enfiar o dedo no cu?
— Na verdade eu ia pedir pra ele enfiar o dedo no cu e assoprar, ou assoviar.
— Eu, hein! Não deve ser tão difÃcil assim. DifÃcil seria ele enfiar o dedo na boca e assoviar, aà sim.
Caà na gargalhada. Não que a piada tenha sido boa, mas para impressioná-la.
— Mas que surpresa ouvir sua voz — falei.
— Desculpa ter te ligado, eu estava sem fazer nada e ...
— Não se desculpe, adorei a surpresa.
Vai com calma, nem pense em dizer pra ela que você está completamente louco por aquele rosto lindo e aquele corpinho malhado. Ah, mas também não vá zoar com o cabelo medonho da mina, né? Controle-se.
Notei que ao fundo havia uma música. Nirvana!!! Meu, eu já gostava da mina antes, imagine agora. Além de linda ela ouve Nirvana? Acho que gamei. Eu nunca dou sorte com os gostos musicais das minhas namoradas. Umas curtem axé, outras gostam de pagode, e teve uma que amava Milionário e Zé Rico!!! Ninguém merece.
— O que você estava fazendo? — ela perguntou.
— Nada. Bom, quero dizer, eu estava .... lendo uma revista.Â
Meu, eu não poderia dizer que tinha acabado de ter um sonho erótico com ela, né?
—Â Que revista?
Putz! Agora fodeu. Eu nunca leio revista nenhuma! Por que não inventei outra desculpa? Pensa, seu porra!
— Cebolinha — respondi.
— Cebolinha? — e ela caiu na maior gargalhada. Quase matei a mina de tanto rir.
Cebolinha? Meu, de onde tirei isso? Bom, acho que tenho uma ligeira idéia, não é?
— Brincadeirinha. Eu estava lendo ... Super Interessante.
Lembro-me de ter visto uma dessas revistas lá no quarto do irmão do Pezão.
— Hmmmm! E tinha alguma coisa ... interessante?
Porra, não vamos mudar de assunto?
— Tinha uma matéria sobre ... o Ronaldinho. Cientistas estão estudando os dentes dele, querem saber se ele tem parentesco com uma lebre do mato.
Ela caiu na risada outra vez. Hora de mudar de assunto, não acham?
— Adoro sua risada — eu disse.
— Obrigada. Eu também gosto.
Silêncio por alguns segundos, até que ela falou:
— Mas fazia um bom tempo que eu não sorria assim.
— Não acredito.
— Acredite. Eu estava tão deprimida, Nando!
— Mas por quê?
— Ah, tudo começou quando meu namorado me trocou por outra. De lá pra cá as coisas só pioraram.
Eu quase soltei foguete no meu quarto, mas precisei me conter. Mantive a seriedade e falei calmamente:
— Só um idiota pra trocar você por outra. Idiota e cego, melhor dizendo.
— Sei lá, deixa ele com a biscate. Espero que sejam muito felizes. Até que um ônibus os atropele e mande aqueles dois filhos da puta para o inferno!!!
—Â Nossa!!!
— Desculpa. Falei demais, né?
— Qua nada. Você diz um "inferno" tão bonitinho.
— Hã? — depois deu risada. — Você me diverte.
—Â Que bom.
— Eu me simpatizei com você logo de cara, sabia?
— Bom, só não digo o mesmo porque eu mandei você tomar no cu uma porção de vezes, não é?
— Credo!!! Quando? Por quê?
— Esqueceu? Você roubou a minha vaga!!! — falei como se eu estivesse irritado. Depois caà na gargalhada como uma hiena de pau duro.
— Ah, é mesmo! — ela também caiu na gargalhada. — Eu tinha me esquecido.
Após o frenesi passar eu falei:
— Olha, eu preciso lhe dizer uma coisa, eu achei você muito gatinha.
Ouvi uns gritinhos histéricos ao fundo. Tem alguém com ela, ouvindo nossa conversa.
— Nossa, muito obrigada! — disse Caroline. — Também curti você.
Yes!!! Yes!!! Uhuuuuuuuuuu!!! O bicho vai pegar!!!
— Opa, que bom!!! Oh, mas que gritinhos foram aqueles que eu ouvi alguns segundos atrás? Tem alguém aà com você?
Ela sorriu. Ela e a outra pessoa. Ouvi várias risadinhas. De repente ela respondeu:
— Desculpa, é que a curiosa da minha irmã está aqui me amolando. De vez em quando ela toma o telefone das minhas mãos e fica te ouvindo.
— Hmmmm. E qual o nome dela?
— Carolina. Bemmmmm diferente do meu, né?
E elas caÃram na risada. Meu, o negócio está ficando bom. Caroline e Carolina. Parece até nome de filme pornô italiano, não é? Será que a outra é tão gostosa feito a irmã?
— Muito diferente mesmo — e sorri. — Agora mata uma curiosidade minha. Eu esqueci de perguntar a sua idade.
— Credo, que pergunta mais indiscreta!
Pela voz eu suponho que tenha sido a irmã quem disse isso.
— Desculpa, eu não ....
— Estou brincando com você, oh! — era mesmo a irmã ao telefone. — Minha irmã tem ...
— Me dá isso aqui! — disse Caroline.
Xiiiii, daqui a pouco as duas vão sair na porrada lá. Caralho!!! Já imaginaram as duas brigando só de calcinha? Sossega, Nando Júnior!!!
— Tenho 21 anos, Nando — respondeu Caroline. — Ela tem inveja porque já está ficando velha.
— É mesmo? A mana tem quantos anos?
— Ela tem 25. Mó velha, né?
— Nossa, praticamente uma velha coroca.
— Bobão, eu ouvi isso, viu? — disse Carolina, com a voz um pouco distante.
Parou de tocar Nirvana, agora começou a tocar ... Midnight Oil. Meu, o gosto musical da mina é muito bom. Estou quase me apaixonando por ela.
Trrrrrrrrrrrrrrrr!!! Trrrrrrrrrrrrrrrrr!!!
Meu, que susto!!! A porra do meu celular começou a vibrar sobre o criado-mudo.
— O que foi isso? — perguntou Caroline.
— A porcaria do meu celular — olhei para o display, é o número do Pezão.Â
— Não vai atender?
— Nem vou. Já sei quem é.
— É o seu amigo Pezão?
— O próprio.
—Â Atende o coitado, oh!
—Â Coitado?
E caà numa gargalhada descomunal. O celular parou de tocar.
— Tadinho, por que não atendeu?
— Porque aquele maldito só me liga pra encher o saco.
— Amigo é pra isso mesmo. Ah, pede pra ele enfiar o dedo na boca e assoviar. Assim é mais difÃcil, né?
E o celular voltou a tocar. Tomei outro puta susto. Caroline disse logo:
— Atenda desta vez, hein! O coitado pode estar com algum problema grave.
— Eu sei o problema grave que ele tem. Espera só um segundo e eu já libero.
—Â OKÂ —Â respondeu Caroline.
E atendi a porra do celular.
— Desembucha, Pezão!
— Porra, seu telefone está bichado! Eu ligo, ligo, ligo e ninguém atende!
— Seu bosta, não está bichado! Eu estou conversando com outra pessoa. Não existe só você neste mundo, não é?
— Com quem está conversando?
— Não te interessa. Só digo que é uma gatinha!
— Gata igual a tua amiguinha Lu? — e Pezão caiu na gargalhada. Filho da puta.
— Vai se foder, Pezão! Esta aqui não é pro teu bico. Muita areia pro teu caminhão.
— Sério? Pergunta se ela tem irmã então, eu to catando qualquer coisa.
— Nem tem irmã, viu?
Eu não sou idiota de apresentar a irmã para o filho da puta, né? Vai que a irmã é mais gostosa e eu ...
— Nandooooooooooooooooo!!! — era Caroline, gritando desesperada ao telefone.
Peguei o aparelho e disse:
—Â Estou aqui!
— O seu amigo perguntou se eu tenho irmã?
E agora? Melhor eu dar de louco.
— Não perguntou, ele ....
— Responde que sim, aà a gente sai pra balada hoje! Que tal?
Tentador, hein! Ah, foda-se, vamos nessa! Tomara que a irmã seja uma mocréia!!! Tipo uma Lelê 2 – A Missão.
— Beleja — respondi.
E peguei o celular novamente.
— Cadê você, porra??? — gritou Pezão, quase me deixando surdo.
— Larga o celular e trata de tomar um banho — falei.
— Por quê?
— Porque hoje nós vamos sair pra balada !!!