“Sangue do Meu Sangue”
CapÃtulo 2 – DNA
— Fala, Pezão do caralho.
— Agora sim. Beleja?
— Beleja nada, acabaram de passar um trote em mim.
— Porra, eu ia dizer a mesma coisa! Uma mina imitando o Cebolinha me ligou dizendo que sou o pai do filho dela. É mole?
Putz!!! Então o outro cara é o ...
Santa Pixirica!!!!!!!!!!!!!!
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Comecei a suar frio.
— Porra, cara, eu não estou preparado pra ser pai.
— Sei lá, será que é tão ruim?
— Não acredito! Será que eu entendi bem? Você curtiu a idéia?
— Não sei, seria legal ter um "Pezinho" por aà ... alguém parecido comigo.
— Ah, fala sério!!! Outro filho-da-puta igual a você no mundo? Dá um tempo.
— Vai se foder, Nando! Se o guri for seu filho também não será grande coisa.
— Vira esta boca pra lá! Aposto que o pirralho é seu.Â
—Â Ela disse que deu pra gente na festa do Coruja, certo?
—Â Isso mesmo.
— Cara, pra falar a verdade eu nem lembro quem comi ou deixei de comer naquela festa. Foi uma zona do caralho. Lembra?
— Claro que me lembro. Quero dizer, lembro de algumas coisas. Foi realmente uma suruba dos infernos aquilo lá.
— Porra, teve uma hora lá que passavam tantas mãos na minha bunda que eu já não sabia de onde vinha.
— Foi foda pra caralho. Precisamos fazer outra festa como aquela.
— Com certeza. Mas voltando ao assunto da biscate ... você acha que ela falou a verdade ou é apenas um trote?
— Sei lá, está me cheirando a trote. Aquele lance dela falar igual ao Cebolinha foi foda ... só pode ser piada.
Pezão caiu na gargalhada. Parecia uma hiena com constipação. Depois disse:
— Meu, quando ela falou "vai se felar!!!" eu quase fiz cocô na calça de tanto rir.
—Â Deve ser alguma amiga do Coruja fazendo uma pegadinha com a gente.
— Verdade, deve ser isso. Pau no cu do Coruja, aquele puto dos infernos.
— É, pau no cu dele.
— Pra falar a verdade vou ligar pra ele agora mesmo e esclarecer esta história. Daqui a pouco te ligo pra contar como foi.
—Â Beleja.
Desligamos o telefone.
Não deu nem 5 minutos a porcaria tocou novamente. Atendi:
— Fala, Pezão do caralho, era trote?
— Já falei pla você que não é tlote!!!!!!
Xiiiiiiiiiiiii, lá vem a imitação de Cebolinha outra vez. Fiquei puto.
— Olha aqui, minha filha, pode parar com esta brincadeira do caralho. Já perdeu a graça.
— Você está achando glaça? Pois eu não!
— Quero saber quem é você e de onde é.
— Nossa, você tem razão, eu não me aplesentei. Meu nome é Sonisvalda.
— Saravá, meu pai.
— Está tilando salo do meu nome?
— Claro, minha filha, você poderia arranjar um nome melhorzinho pra passar o trote, não acha?Â
— Pola, não é tlote!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Calalho!!!!!!!!!!
Vão me desculpar, mas caà na gargalhada. Não é todo dia que você ouve alguém gritando "Calalho" ao telefone ... hahahahahahahaha
— Quero ver se você vai achar tanta glaça assim quando descoblir que é o pai do meu filho. Vou plocular meus dileitos, viu?
Parei de rir.
— Tudo bem, vou falar sério agora. De onde você é?
—Â Alalaquala.
— O quê?
—Â Alalaquala.
— Espera, deixa eu ver se entendi ... Araraquara. Isso?
— Isso. Alalaquala. Foi o que eu disse.
Porra, só pode ser piada isso.
— Porra, mas o que você estava fazendo na festa do Coruja?
— Eu estava passando félias na casa de uma amiga. Ela foi convidada pla festa e me levou junto.
—Â Onde transamos sem camisinha.
—Â Isso.
— E daÃ? Você disse que também transou com o Pezão.
— Pezão?
—Â O MaurÃcio.
— Ah, ta. Pezão é o MaulÃcio, entendi. Sim, também tlansei com o MaulÃcio. Você é amigo dele?
— Infelizmente, minha filha, infelizmente. E você também deu pra ele, sem camisinha.
— Sim, sem camisinha.
— Porra, mina, você também é foda, hein!
— Eu nunca tinha tlansado sem camisinha antes. Foi sem queler, eu tomei muita tequila aquela noite, fiquei doidona.
— Se ficou doidona como sabe que deu pra mim e pro Pezão?
— Minha amiga que me contou. Ela foi uma das poucas pessoas sóblias naquela festa.
— Sóbria o caralho! Não vi ninguém sóbrio naquela festa.
— Ela estava, ela não pode tomar bilita, faz muito mal pla ela.
— Porra, mas o que você quer de mim então?
— Eu quelia um exame de DNA. Meus pais não me deixam voltar pla casa enquanto eu não descoblir quem é o pai do Rodligo.
—Â Caralho.
— Desculpa, eu não quelia fazer isso. Mas eu e o Rodligo não temos pla onde ir. Pleciso dos meus pais.
—Â E se o exame revelar que eu sou o pai do moleque?
— Não se pleocupe, não quelo dinheilo nem nada. Só pleciso saber quem é o pai.
Porra, meu coração partiu quando ela disse isso. Se for um trote eu mato o responsável.
— Tudo bem, farei o tal exame.
— Que bom. Nem sei como agladecer. Olha, pleciso desligar, estou falando de um olelhão.
— Entendo. Não se preocupe. Ah, também vou convencer o Pezão a fazer o exame. Vai ser foda, mas vou tentar.
— Obligada!!! Você é muito bacana. Pla ser bem sincela eu torço pla que você seja o pai. Não gostei do outlo.
— Porra, minha filha, agradeço as palavras, mas não sei se quero ser pai agora não.
— Quelendo ou não ...
— Já sei, já sei, mas vamos esperar o exame.
— Sim, vamos espelar. Bom, agola vou desligar.
— Espera! Só uma última pergunta.
— Sim, pergunte.
— Se você tem o mesmo problema do Cebolinha, o nome do seu filho não ficaria Lodligo?
— Tive sessões de fonoaudiologia. Conseguimos coligir alguns ploblemas. Mas como já percebeu ... não coligimos tudo.
— Sim, percebi.
— Amanhã eu ligo novamente pla saber se o seu amigo topou fazer o exame.
— Certo. Você vai ficar bem?
— Acho que vou. Eu me vilo, não se pleocupe.
E desligou o telefone. Logo em seguida a porra tocou novamente. Atendi:
— Caralho, não agüento mais!!! Meu ouvido já está até fervendo.
— Falei com o Coruja. — disse Pezão.
— Eu acho que não é trote, Pezão. A mina está falando sério.
— Pode ser. O Coruja me disse que não sabe de nada. E olha que eu apertei o desgraçado.
— Cara, agora só nos resta fazer uma coisa.
— O quê?
—Â Precisamos fazer o exame de DNA.
— Sai fora! Eu me recuso.
— Nossa, que medo é este?
— Não é medo, o problema é que eu nunca acerto o potinho.
—Â Que potinho?
— Exame de DNA não é aquele em que você faz cocô num potinho?
— Caralho, isso aà é exame de fezes!!!!!!!!!!!!!!
Ninguém merece.