As Aventuras de Nando & Pezão

“Descanse em Paz”

Trrrrrrrrrrrrriiiiiiiiiimmmmm!!!!

Caralho!!! Quem é o filho da puta que me liga assim tão cedo? Ainda são 11 horas da manhã, porra!!! Mas é claro que só pode ser um certo indivíduo.

— Fala, Pezão dos infernos.

— Cara, você já está sabendo?

— Que a sua irmã é do tipo que engole? Eu sempre soube. Conta outra.

— Cara, se liga, estou falando sério. Ainda não contaram pra você?

— Porra, cara, desembucha logo!!!

— Cara, o Pigmeu morreu!!!

Caralho, até caí da cama.

— Como é que é??? — perguntei, atônito com a notícia.

— Isso mesmo que você ouviu, o maluco bateu com as botas.

— Mas quando? Onde? Como? 

— Ainda não sei direito, mas parece que ele foi atropelado por uma jamanta.

Porra, a Lu bateu nele, mas não foi pra tanto.

— Jamanta? Mas quem lhe contou isso?

— Encontrei o Jairão Biscoito lá na praça e ele me contou.

— Tem certeza que não foi gozação dele? Você sabe que o cara é foda.

— Acho que não foi zoação não. Ele até me convidou para a festinha.

— Festinha?

— Sim, a galera está se reunindo para fazer uma festinha em homenagem ao Pigmeu. Você sabe como o Jairão é cheio de manias, ele disse que a festa vai ajudar a alma do Pigmeu a deixar este mundo em paz.

— Puta merda, só o Jairão mesmo. Mas onde vai ser a tal festinha?

— Vamos nos reunir na rua da casa do Pigmeu. Quero dizer, onde ele morava.

— Cara, eu não estou acreditando, eu não acredito que o Pigmeu morreu.

— Na certa o cara estava chapadaço, foi atravessar a avenida e tchau pardal, panqueca de Pigmeu.

— Sacanagem, Pezão, não fala assim. O cara era doidão, mas era nosso amigo.

— Amigo? Porra, o cara dava cada tapão na gente! Sempre com aqueles papinhos furados de borboleta e joaninha. Ah, vai tomar no cu! Doía pra caralho aqueles tapas, eu não vou sentir falta do maluco.

Mas eu vou. Porra, ele era maluco, mas era meu amigo. Tudo bem que eu nem sei o seu nome, mas era meu amigo. Vou sentir falta daquele maconheiro dos infernos.

— Que horas você passa aqui? — perguntei.

— Dez e meia da noite. Ah, é pra levar cerveja, seu mão de vaca do caralho.

— Mão de vaca, eu?

— Você mesmo, Nando, seu folgado dos infernos. Toda festinha que a gente vai só eu levo a manguaça.

— Claro, Pezão, você adora "levar manguaça" ... principalmente atrás, não é?

— Não disfarça, seu porra, você é folgado pra caralho.

— Fica frio, vou comprar cerveja.

— Mas não vale levar daquelas marcas que ninguém conhece. Da última vez deu uma dor de barriga na galera, lembra?

— Não lembro.

— Claro que não lembra, a cerveja era tão ruim que deve ter fodido nossas memórias. Bom, mas é isso, dez e meia eu passo aí.

— Beleja.

— E tem mais, eu estou sabendo que o Pigmeu conhecia gente pra caralho, a festinha vai bombar.

— O maluco tinha carisma, meu camaradinha.

— E devia ser um carisma bem grande e roliço, porque estou sabendo que vai pintar muita mulher nesta porra de festa.

Uhuuuuuuuuuuuuu!!!! Ritmoooooooooo!!! É ritmo de festaaaaaaaa!!!! 

Cerveja! Mulher! Era tudo o que eu precisava pra me animar.

Putz, até esqueci da morte do Pigmeu. Ah, mas pensando bem a festa é justamente em sua homenagem, não é? Então é uma coisa boa, não concordam? Se eu tivesse morrido ele também ficaria feliz de ir na minha festa, não ficaria? Claro que ficaria. Pigmeu entraria de bicão, chapado como sempre, e no meio da festa começaria a ver periquitos australianos irados nos ombros de todos os convidados. Ou talvez confundisse o bolo com um cocô de passarinho gigante. Sei lá, ele sempre tinha uma maluquice prontinha pra sair daquela cabeça fodida pela maconha.

Odeio quando me chamam de mão de vaca. Não sou mão de vaca, sou apenas ... controlado financeiramente. Se eu posso usufruir da grana do Pezão ... eu aproveito mesmo, o cara é cheio da grana, não estou certo? Afinal de contas eu aturo aquele filho da puta já faz tanto tempo, livrei a barra dele tantas vezes, pra ser bem sincero ele deveria me pagar um salário por suportá-lo durante todos estes anos. Não concordam?

Desta vez Pezão vai se arrepender de ter dito aquilo, vou torrar toda minha grana em cerveja e salgadinhos. Quero ver ele me chamar de mão de vaca outra vez.

Bom, vamos ver quanto eu tenho na carteira.

Caraaaaaaaaaaaaaaalho!!! Vinte e dois reais e trinta centavos. Bom, já é alguma coisa. Vamos às compras!!! E meu pai está em casa, isso significa que vou de carro. Uhuuuuuuuu!!! Estou sentindo ótimas vibrações para este dia. Vocês também estão? Porra, que caras são estas? Estou sentindo vocês meio abatidos. Já sei, a morte do Pigmeu pegou vocês de surpresa, não foi? Também me pegou, mas a vida é assim, galera, pra morrer basta estar vivo. Um dia você está sorrindo porque comeu aquela gostosa que trabalhava de balconista na mercearia, no outro você acorda com uma bolinha de gude presa no cu e um estilhaço de vidro na garganta. Um dia você está super contente porque seu time escapou da segunda divisão, no outro sai pra trabalhar e um vaso sanitário cai do décimo andar sobre a sua cabeça. A vida é assim, imprevisível. Então o que eu posso dizer pra você é o seguinte ... APROVEITE!!! Use protetor solar. 

Falando nisso, você já viu aquele clipe Use Protetor Solar ??? Meu, é muito bom, muito bom mesmo!!! Mas eu sempre tive vontade de fazer a minha versão, falar um pouco sobre as minhas experiências de vida. Sei que ainda sou jovem, mas sempre tive vontade de passar meus conhecimentos para a próxima geração. Sou um cara vivido. Já tomei muitas vezes no cu, posso ensinar muita coisa. Se algum dia eu fizesse um clipe daquele tipo eu o faria assim:

O título seria ... "Use camisinha."

Aí uma voz com um efeito bem legal, tipo aquela que a Globo usa para entrevistar traficantes ou vítimas de seqüestro, começaria a narração:

Se eu pudesse te dar uma única dica para o futuro, seria essa : use camisinha.

Não aperte suas espinhas demais, deixe que elas cresçam e evaporem naturalmente.

Não xingue seus vizinhos, pois alguns não se mudam nunca, aí você vai ter que encará-los todos os dias. E isso é chato pra caralho.

Não pague pau dos cunhados, pois um dia você ainda vai precisar daquela Brasília, ano 86, para descer até o Guarujá com a família.

Não leia muita revista de mulher pelada, pois você nunca vai conseguir comer ninguém tão gostosa mesmo.

Masturbe-se muito, à vontade, não fique com medo do seu pau cair, nem da sua perseguida murchar. São apenas mitos. Muita gente que eu conheço se masturbava cinco vezes ao dia e hoje são pessoas felizes. Sozinhas, mas felizes.

Não tente se achar o gostosão, pois tem sempre alguém melhor do que você.

Mas não precisa se achar o cocô do universo, pois tem sempre alguém na merda também.

Se peidar durante o ato sexual assuma a culpa, o pior que pode acontecer é a outra pessoa dizer que não tinha ouvido.

Evite comer aqueles salgados do Bar do Gordo.

Evite xingar o próximo de filho da mãe, afinal de contas todos somos.

Evite assistir programas de auditório dos canais SBT, Band e Rede TV, pois você já é burro o suficiente, não acha?

Pelo menos uma vez na vida deixe a TV ligada na Rede Globo até altas horas da noite, pois numa cagada da sorte você ainda poderá assistir a clássicos do cinema, sem pagar por isso.

Evite pessoas que só falam da vida alheia, pois se estas pessoas realmente fossem boas estariam num daqueles programas que passam na tevê durante a tarde. E mesmo que estivessem ... Evite estes programas também.

Quando encontrar um cachorro prestes a fazer cocô não faça aquela brincadeirinha de mau gosto, não cruze os dedos. Você não gostaria que fizessem isso com você, gostaria? Imagine-se com uma merda encaroçada no ânus durante algumas horas do dia, isso não parece ser agradável.

Mesmo sendo uma pessoa atraente e sexy evite transar apenas com pessoas assim. Faça caridade. Se você é homem faça sexo com algumas mocréias. Se você é mulher deixe um filhote de coisa ruim molhar o biscoito algumas vezes. Receberás em dobro, eu lhes asseguro.

Não fique preocupado tentando descobrir se você é bonito ou não. Pergunte à sua mãe e tudo ficará bem. 

Evite usar muito perfume, existem alguns desodorantes baratinhos que conseguem os mesmos efeitos. Se quiser eu conheço uma tia que vende aqui na rua de casa.

Não pense que sair correndo todos os dias de manhã vai lhe garantir uma boa saúde. Meu tio Armelindo saiu para caminhar bem cedinho uma vez e acabou sendo atropelado por um caminhão das Casas Bahia.

Falando em Casas Bahia, se aquele comercial pipocar na sua tevê ... mude de canal. Ouvi dizer que há mensagens subliminares fortíssimas e o rapaz que apresenta o comercial é na verdade o diabo.

Não acredite na teoria sobre a extinção dos dinossauros. Eles não morreram por causa dos meteoros. Na verdade tudo aconteceu por um motivo simples, a população de dinossauros começou ficar cada vez mais gay, até que num determinado ponto da história só existiam dinossauros baitolas. Pronto. Sem machos para fecundar as fêmeas a extinção foi apenas uma conseqüência.

Não importa quantos anos você tenha. Use camisinha. Não importa o tamanho do seu bilau. Use camisinha. Não importa a profundidade da periquita da sua companheira. Use camisinha. Não importa se você e sua companheira são saudáveis ou não. Use camisinha.

Pronto. A musiquinha de fundo eu ainda não escolhi, mas com certeza vai ser uma bem legal. 

Eu ainda tenho outras teorias para uma vida saudável, mas não vou entregar todos os meus segredos da vida, não é? Mesmo porque ainda sou novo, vou viver milhões de novas experiências. Principalmente esta noite.

Putz, mas onde é que estávamos? Ah, sim, vou comprar cerveja.

Peguei as chaves do carro com o meu pai. Claro que não disse o motivo, não sou tão burro assim. O foda é que ele aproveitou que eu ia sair com o carro e me pediu para comprar um bagulho pra ele. Puta merda, viu? Ninguém merece. Pomada pra hemorróidas? Ah, fala sério, pai!

Mas tudo bem. Não faz mal. Hoje nada vai atrapalhar meu humor, pois ...

Ritmoooooooooooooo!!!! É ritmo de festaaaaaaaaaaaaaa!!! Ritmooooooooo!!!

Cá estou eu, passeando pelos corredores do supermercado, quando de repente....

— Porra, cara, quanto tempo!

Conheço esta voz. Sim, claro que conheço! 

— Zoinho? Fala, seu filho da puta! Beleja?

Duas velhinhas que estavam atrás de nós olhando preços de rocambole ficaram horrorizadas. Ah, que culpa eu tenho? Nossa geração é assim. Palavrão sai naturalmente, tipo soltar pum na frente da namorada. Você sabe que é errado, mas ele escapa.

— Porra, hoje eu não estou muito bem. Devolvi minha mina.

— Como é que é? Não entendi. Você disse "devolveu" sua mina?

— Sim, a Jocycleide.

— Caralho, Zoinho, eu nem sabia que você estava namorando.

— Então, a Jocycleide não era bem uma namorada.

— Seu filho da puta, estava só comendo, é? O bom e velho fuqui-fuqui. Seu safado!

— Bom, na verdade a Jocycleide é uma boneca inflável.

Puuuuuuuuuuuuuuuuuuuuta merda!!!! Hahahaha ....

As duas velhinhas sumiram rapidinho. Pareciam ter visto o capeta em pessoa.

— Você é foda, Zoinho.

— Porra, nem me fala esta palavra ... "foda". Agora eu devolvi a Jocycleide pro meu amigo eu vou ficar sem foder por um bom tempo.

— Mas por que você não faz como todo mundo.

— Como?

— Arranja uma mulher, porra!!!

— Ah, olha bem pra mim, Nando.

Complicado mesmo. O cara parece o cão chupando pirulito no escuro.

— Esquenta não, Zoinho. A mulherada hoje em dia quer saber de cascalho. Dinheiro você tem?

— Putz, também não.

— Nem um Fiat 147 ?

— Nem.

— Porra, aí foda. Ser feio não é problema, mas falta de grana e falta de gasolina complicam.

— Não sei se é bem assim. O Biscoito não tem porra nenhuma e cata cada gostosa!

— O Jairão é foda mesmo. O cara deve passar mel no pinto. Alguns dias atrás eu o vi com uma loira mais alta que uma girafa. Parecia modelo de passarela.

— E você já olhou bem pra ele? O cara parece uma mistura de Tiririca com o Casagrande.

Puta merda! Hahaha ... Casagrande! Hahaha ... esta foi foda. Pior que o jeito de falar é idêntico.

— Puta merda, Zoinho, falando no Jairão ... você já está sabendo da notícia?

— Que notícia?

— Sobre o Pigmeu.

— O que tem o Pigmeu?

— O Pigmeu morreu.

— O quê?????????

Galera, vocês não acreditam. O cara caiu numa choradeira tão grande, mas tão grande, pensei que ia perder outro amigo ali mesmo no supermercado. Nunca vi alguém chorar tanto na minha vida. E soluçava de uma forma tão grotesca e esquisita. Lembrei da Lu no bar. Estava muito parecido, só que ao invés de gargalhar feito uma hiena no cio, Zoinho chorava feito uma Mary Alexandre com crise de asma.

— Calma, Zoinho, calma!!!

E a multidão foi se aglomerando. De repente ouvi a voz mais sexy do mundo, ela perguntou:

— Nossa, o que houve com o seu amigo?

Antes de responder eu levantei a cabeça para multidão e achei a dona da voz. Puta merda, era uma morenaça baixinha, estava com um vestido decotado tão sensual que seria capaz de levantar até bilau de estátua. Seus peitões estavam quase pulando para fora. Tomei fôlego e respondi:

— Ele recebeu uma notícia ruim, só isso.

— Os preços deste supermercado são de chorar mesmo!! — gritou uma senhora.

— Nossa, mas este choro é tudo por causa do preço de uma ... revista? — perguntou a morena peituda.

Olhei para o Zoinho e me lembrei que ele estava com uma Playboy nas mãos. Por sorte a capa estava dobrada para baixo. Menos pagação de mico.

— Não. — respondi novamente. — Não é por causa do preço que ele está chorando. Eu contei sobre a morte de um amigo nosso.

Putz. Zoinho despencou a chorar mais ainda. Parecia um bebê recém-nascido.

— Tadinho!!!! — disse a gostosa, fazendo biquinho.

Acreditem se quiser, a morena se ajoelhou e agarrou a cabeça do Zoinho como se fosse um pequeno bebê. Dei uma pequena olhada para o decote da morena e fiquei até meio zonzo. Meu, que peitos!!!!!!!!

— Chora não, moço! — disse ela. Meu, até a voz da morena parece de tele-sexo. Não que eu conheça voz de tele-sexo, viu? Nunca liguei. Quero dizer, só umas cinco vezes. Mas liguei por engano. Verdade, oh.

Quando Zoinho descobriu a morenaça diante dos seus olhos ... quase teve um ataque do coração. Parou de chorar e seus olhos esbugalharam tanto que pensei que iam saltar sobre os peitões da morena.

— E .. e ... eu .. eu .. e .. estou me .. melhor. — disse ele, secando os peitos da morena.

Na verdade todo mundo estava olhando para os peitões da morena. Da multidão que apareceu quando o Zoinho começou a chorar restavam só o público masculino, todos babando no decote da baixinha gostosa.

— Que bom! — disse a morena, de repente. — Você parou de chorar.

De repente Zoinho fez algo que todos nós gostaríamos de fazer. Mas não da forma como ele fez, é claro. Zoinho agarrou os peitos da morena e deu duas apertadinhas. A morena ficou uma fera e lhe deu uma bofetada nas fuças.

— Seu tarado!!!

A morena se levantou e saiu como um jato pelo corredor. Olhei bem pra sua rebolada e percebi que seu forte eram os peitos mesmo, a bunda não passava de uma nota seis e meio, ou talvez menos.

— Zoinho, você é doido?

Ele me olhou com cara de choro e respondeu:

— Eu lembrei da Jocycleide.

— Ninguém merece.

— A Jocycleide me deixava apertar os peitinhos, e não reclamava. Na verdade eu acho que ela até gos ...

— A Jocycleide era uma boneca, porra!!!!!!!!!!!!!!!!

— Ela também não me xingava.

Peguei as cervejas, paguei, contei a história da festa para o Zoinho e ele até se animou um pouco. Quando eu ia entrando no carro lembrei do pedido do meu pai. A maldita pomada para hemorróidas. Caralho, tem coisa que só acontece comigo mesmo. Bom, lá vamos nós. Sim, eu disse "nós" porque o Zoinho não largou do meu pé ainda.

Entramos na farmácia e ....

Meu, não é possível. Será que hoje é o dia mundial das mulheres gostosas? Colocamos os pés dentro da farmácia e duas deusas da mitologia grega entraram praticamente juntas. Duas loirinhas gatíssimas. Dois pares de olhos azuis da cor do mar. Como é que gatinhas como estas não aparecem numa noitada? A gente sai pra noite e só acha mocréia ... puta merda. Só dá pé-vermeio.

— Caralho, Nando! — sussurrou Zoinho, me cutucando. — Olha ali! Olha ali!

— Segura a onda, Zoinho! Daqui a pouco você vai querer apertar os peitos das minas também.

— Será que elas deixam?

Uma das loiras olhou para nós.

— Porra, fala baixo!!! — sussurrei novamente para o Zoinho.

De repente um dos funcionários gritou para mim:

— Pois não, senhor.

Putz! E agora? Eu não vou ter a moral de pedir pomada para hemorróidas bem na frente das minas, não é? De jeito maneira!

Antes que eu pudesse pensar em outra coisa acabei dizendo algo inesperado:

— Camisinha! Eu vim comprar camisinha.

Acho que falei alto, pois as duas loiras olharam diretamente pra mim. Putz!

O farmacêutico apontou para o balcão e me chamou. Notei que as duas loiras continuavam olhando para mim, sussurrando algo entre elas.

— Temos vários modelos, senhor. — disse o farmacêutico.

— Sim, sim, eu sei disso. 

Olhei de lado e percebi que as loiras continuavam prestando atenção em mim.

— Eu quero uma bem grande. — disse Zoinho.

Putz!!! Ninguém merece! As loiras olharam com um puta ar de riso nos lábios.

Zoinho ainda teve a moral de continuar ...

— Você tem daquelas bem compridas?

Agora as loiras caíram na gargalhada mesmo. Eu mereço! Maldito Zoinho.

Ele também percebeu que as loiras começaram a rir e jogou mais merda no ventilador.

— Não é pra usar com ele! — disse Zoinho, apontando pra mim e olhando para as loiras. — Seria para usar com mulher mesmo! Sério, não sou viado não!

Olha, nem vou falar nada, pois qualquer coisa que eu diga só vou jogar mais merda no ventilador. Só me resta pedir a porra da pomada e me mandar daqui.

— Na verdade eu não quero camisinha, eu vim comprar pomada para hemorróidas.

Antes que o farmacêutico respondesse alguma coisa uma das loiras disse:

— Eu também quero uma.

Conversa vai, conversa vem ... acabei convidando as duas loiras para a festinha de despedida da alma do Pigmeu. Eu só espero descobrir pra qual das duas foi a pomada, não é? Acho que vocês entenderam meu ponto de vista, eu espero.

Zoinho se controlou e não apertou peitinho de ninguém durante nossa conversa. Mas notei um volume estranho na sua calça em determinados momentos. Maldito Zoinho tarado dos infernos. Coitado, se eu fosse rico compraria outra Jocycleide pra ele. Mas como não sou, ele que se foda, espere pela festinha do Pigmeu e trate de arranjar uma mulher de verdade por lá.

Aproveitei a carona que dei pro Zoinho e deixei a cerveja na geladeira dele. Só espero que o filho da puta não beba antes da festa. Bom, eu acho que ficaria mais preocupado se deixasse uma revista de sacanagem na casa dele. Só o pó da revista. Ainda mais agora que ele está sem a Jocycleide.

Vejamos, a festa está marcada, a cerveja está gelando, as loiras de olhos azuis da farmácia já estão convidadas, agora só me resta esperar o Pezão passar lá em casa para a gente zoar o barraco.

Ritmoooooooooooooo!!! É ritmo de festaaaaaaaaaaaaa!!! Ritmoooooooooo!!!

Muitas horas depois....

Pezão buzinando no portão. Calma, filho da puta!!! O mundo não vai acabar hoje!!!

Tomara que role alguma coisa com a loira da farmácia. Meu, fiquei amarradão naqueles olhos azuis.

Quando eu ia passando pela minha mãe ....

— Nossa, mas que animação é esta? — disse ela, com um sorrisinho meio estranho nos lábios. Será que mãe sabe que a gente sai de casa à noite pra catar mulher?

— Que nada, mesma animação de sempre. — respondi.

— Sei, sei. 

Quando eu toquei na maçaneta para abrir a porta da sala ela disse:

— Não vai trazer outra ex-namorada doente para casa, vai?

Putz! Minha mãe não engoliu aquela história da Lu até hoje. Pra falar a verdade nem eu, foi foda mesmo. Mas o que eu iria fazer? Nem os parentes dela quiseram cuidar da gorda, sobrou para mim, ou melhor, sobrou pra minha mãe.

— Não, mãe, fica sossegada.

— Bom, muito bom! Porque se eu tiver de lavar calcinha de ex-namorada doente outra vez eu jogo você pra fora de casa, sabia? Ah, jogo sim!!! Nem penso duas vezes, senhor Fernando!!!

Xiiiiiiiiiiiiii, pra me chamar de Fernando ... a mama está uma fera mesmo.

— Fica fria, mãe.

Pezão buzinou outra vez. E outra, e outra, e outra ... Maldito cara apressado, porra!

— Vai logo, — disse minha mãe. — antes que seu amigo acorde a vizinhança inteira.

Dormindo? Putz, mãe acha que todo mundo dorme cedo. Eu, hein, fala sério.

— Estou indo nessa, mãe. Beijos.

— Cuidado, hein! Leva um agasalho, vai esfriar.

E saí.

Pezão estava me esperando fora do carro, bufando de raiva.

— Porra, mano, parece mulher!!! Demora pra caralho.

— Minha mãe estava me dando sermão sobre a Lu outra vez.

Pezão olhou para minhas mãos vazias e já foi logo pagando uma:

— Seu mão de vaca do caralho, eu sabia!!! Não vai levar nada, não é?

— Vou sim, seu bosta.

— Bala e camisinha não contam!

— Eu comprei cerveja, porra! Mas deixei pra gelar na casa do Zoinho.

— Zoinho? Caralho, onde você encontrou o filho da puta?

— No supermercado. Entra logo nesta porra deste carro que eu conto a história toda.

Entramos e Pezão saiu queimando os pneus, como nos velhos tempos. Filho da puta barbeiro do caralho.

— Caralho, mas o maluco teve a mora de apertar os peitos da mina?

— Pior que teve, meu.

— Maldito Zoinho punheteiro dos infernos.

— E você não sabe da última. O cara está apaixonado.

— É mesmo? Por quem?

— Por uma boneca inflável!

E caímos na gargalhada. Parecíamos duas hienas se embebedando num boteco para animais selvagens.

— E o mais hilário, — prossegui. — a boneca tem nome, Jocycleide.

— A Jocycleide?

Caralho, Pezão quase perdeu o controle da direção do carro. Parecia ter ouvido o nome de um fantasma ou coisa sei lá.

— Sim, Jocycleide. — confirmei.

— Cara, eu já comi esta boneca.

Putz!!! Caí na gargalhada.

— Ah, Pezão, vai tomar no seu cu, fala sério.

— Sério, porra! Uma vez emprestaram pra mim. Meu, a boneca é perfeita, no escuro você jamais acreditaria que ela é feita de borracha.

— Enfia o dedo no cu e assovia, Pezão!

— Estou falando sério, cara! O Piracaia me emprestou uma vez. Fiquei com ela uns dois dias e o filho da puta veio pegar de volta. O cara tem um ciúme violento da boneca.

— Sei, sei, e você ficou este tempo todo quieto. Duvido.

— Porra, você acha que é fácil admitir que está na seca e que está comendo uma boneca? Também tenho minha dignidade.

Caralho, agora até eu estou curioso pra comer esta Jocycleide.

Pezão prosseguiu:

— Porra, mas agora você me disse que a Jocycleide já passou pelas mãos do Zoinho.

— Sim, e acho que ficou um bom tempo com ele, pois o coitado está gamadaço.

— Merda! Agora eu não quero nem relar naquilo então, deve estar detonada. O Zoinho leva o maior jeito pra tarado. Não quero nem imaginar o que ele já deve ter aprontado com a coitada.

— Caralho, vocês falam dela como se fosse uma mulher de verdade! Vocês estão todos loucos, isso sim.

— Você fala assim porque ainda não enfiou o dedo no cu da Jocycleide, aquilo nem parece um cu de borracha.

Finalmente a casa do Zoinho. Pezão buzinou até o coitado sair com cara de assustado no portão. Estava todo arrumadinho, pronto para a festa de despedida do nosso ilustre Pigmeu.

— Não vai esquecer a cerveja, porra! — gritei.

Zoinho correu novamente para dentro de sua casa e voltou logo em seguida com as minhas queridas latinhas. Não vou falar a marca, mas asseguro que é de boa qualidade. Nunca mais vou comprar cerveja de procedência duvidosa, aprendi a lição. A última vez que fiz isso fiz xixi verde-abacate durante dois meses seguidos. Eu, hein!

Aconchegamos as minhas latinhas no porta-malas, junto com as latinhas que o Pezão comprou. Tudo revestido do mais puro gelo, é claro. Santo isopor!!! O que o homem não é capaz de inventar para manter sua querida cervejinha gelada, não é?

Zoinho caiu pra dentro e lá fomos nós!!!

— Zoinho, seu filho da puta, — disse Pezão, enquanto virava a esquina numa velocidade que eu tenho até medo de saber. — então você também comeu a Jocycleide, não é?

— Comi, enrabei, chupava os peitinhos dela todos os dias. Bons tempos.

— Que bosta.

Meu, ninguém merece isso aqui. Querem meus amigos pra vocês?

Eu estava prestes a mandar Pezão, Zoinho e Jocycleide tomarem no cu, mas finalmente avistei a casa do Pigmeu. Festaaaaaaaaaaaaaaa!!!

— Caralho, olha só isso aqui, maluco!!! — disse Pezão, diminuindo a velocidade.

— Puta merda, o Pigmeu conhecia gente pra caralho!!!! — disse Zoinho.

Galera, vocês não botam fé nisso aqui, está parecendo carnaval.

Pezão estacionou e já fomos logo pegar umas latinhas. Ritmoooo!!! Ritmo de festa!!!!

Um carro todo modificado está com o som lá em cima, eu conheço a música que está tocando, mas não consigo me recordar quem canta. Ah, daqui a pouco eu descubro. Só sei que agora eu quero curtir pra caralho! Ah, e catar a loira de olhos azuis, é claro.

— Meu, isso aqui vai dar bosta! — disse Pezão, após tomar seu primeiro gole.

— Por quê? — perguntei.

— Olha quanta gente, daqui a pouco vai ter polícia ou vizinho falando merda.

Eis que surge o responsável pela festa, Jairão Biscoito. Aquele que parece uma mistura de Tiririca com o Casagrande. Pois é, mas o cara é pegador, pega as mulheres mais gostosas que você possa imaginar. Deve ter mel no bilau, só pode.

— E aí, galera? — disse Jairão, enquanto tirava sua touquinha preta da cabeça. — Viram só que legal ficou isso aqui?

— Como diria nosso amigo defunto ... irado, carinha!!!

Em respeito ao nosso amigo Pigmeu erguemos nossas latinhas e brindamos.

— Porra, Biscoito, você come todas as gostosas da cidade! — falou Zoinho.

Jairão deu risada, pegou no ombro do Zoinho, fez aquela cara de cínico que todo filho da puta sabe fazer, e falou:

— Que culpa eu tenho se a mulherada aprecia o que é bom, não é?

Caralho, será que encontramos alguém mais filho da puta que o Pezão? Porra, o cara é sério candidato. A vontade que dá é pegar esta touquinha de Bad Boy e enterrar no cu deste filho da puta, só pra ele largar mão de ser cuzão.

— Ensina uma cantada pra mim, Jairão, por favor! — disse Zoinho, quase se ajoelhando aos pés do cara.

— Não dá pra ensinar ninguém a pegar mulher. Isso é algo que já nasce com a gente.

— Verdade, Biscoito, falou e disse. — disse Pezão, abrindo o porta-malas para pegar outra gelada. Aproveitei e peguei uma pra mim também.

— Porra, Jairão, ensina pelo menos uma cantada boa pra mim, vai! — insistiu Zoinho.

Biscoito colocou uma mão no queixo, deu uma olhada ao redor, ergueu as sobrancelhas, jogou sua latinha de cerveja fora e disse:

— Tudo bem, uma só.

Meu, Zoinho quase gozou na cuequinha. Parecia uma criança abrindo os presentes de Natal.

Bom, filho da puta ou não, o cara cata a mulherada, então eu também vou prestar atenção na dica. Não estou assim tão desesperado feito o Zoinho, mas é sempre bom adquirir conhecimentos, certo? Não dizem que a vida é um eterno aprendizado? Então beleja, vamos lá.

Jairão Biscoito começou:

— Zoinho, meu caro amigo punheteiro.

— Punheteiro o caralho!

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Caro amigo masturbador.

— Porra, precisa me chamar de alguma coisa? Não dá pra me chamar apenas de Zoinho?

— Tudo bem, calma, não se irrite, a mulherada odeia homem estressadinho.

— Estou calmo, estou calmo.

— Então vamos lá, a primeira regra é chegar na mina com o tesão lá em cima, pois se a sua cabeça de cima falhar ... a de baixo irá lhe ajudar.

Ah, fala sério, chegar na garota de pau duro? Será que isso funciona? Sei não, mas ... vamos ouvir o que ele tem a dizer:

— Feito isso você precisa ver sua postura diante da mina. É fundamental você manter o peito estufado e a barriga encolhida. Quem gosta de barriga de cerveja é dono de bar. Elas odeiam isso.

Bom, agora eu concordo. Jairão prosseguiu:

— Zoinho e companheiros, a cantada que vou lhes ensinar agora já me rendeu muitas noitadas selvagens com gatinhas que vocês jamais vão chegar perto.

Puta merda, viu? Dá vontade de enterrar um cabo de vassoura no cu deste babaca. Eu já comi muita mina gatinha também, porra!!! Acha que é só ele? Vai se foder, Biscoito!

— Opa!!! Estou até excitado! — quando Zoinho falou isso nos afastamos.

— Galera, vocês vão me prometer que não vão ensinar esta cantada mágica para ninguém, certo?

— Se eu não contar como vou conquistar a menina? — perguntou Pezão.

— Porra, Grande Pé, se liga, para a mina você pode! Dããããããã!

— Caralho, explica direito, né?

— Conta logo, Biscoito! — disse Zoinho, mais excitado que ator pornô em dia de décimo terceiro.

Jairão fez uma rodinha, olhou para ver se não vinha ninguém, e prosseguiu:

— Porra, nem acredito que vou contar isso para vocês. Vejam como sou camarada, hein!!! Bom, já falei que vocês precisam chegar com tesão, já falei que a postura conta muito, agora vem a melhor parte, a cantada. Esta eu prefiro usar em garotas que estejam sozinhas, pois em bando eu já percebi que não costuma funcionar muito bem. O negócio é o seguinte, você passa lentamente pela mina, olha bem para o corpinho dela e diz: "Olha só quanta carne! E eu aqui comendo ovo." ...

Puuuuuuuuuuuuuuuuuuuta merda!!! Não sei se faço xixi na cueca ou se enfio o dedo no cu deste babaca. Esta é a cantada mágica? Vai se ferrar, Jairão Biscoito! Agora estou ainda mais abismado pra saber como este cuzão pega mulher. Vocês não acreditam que isso funcione, acreditam?

— Caralho, agora eu me dei bem !!! — gritou Zoinho, todo contente.

— Fica quieto, porra!!! — sussurrou Jairão. — Lembrem-se, isso fica só entre nós.

— Pode deixar, Jairão. — disse Pezão, olhando para todos os lados, como se estivesse procurando por alguém.

Meu, fala sério, o Pezão acreditou nesta babozeira? Hahaha .... foda-se, estou louco para ver ele tomando no cu com esta cantada ridícula.

Fomos atrás do carro pegar mais cerveja e quando voltamos Zoinho já tinha sumido. Não acredito, será que o pobre coitado vai experimentar o super xaveco em alguém? Falando em xaveco, cadê a loira dos olhos azuis? Estou procurando e até agora não vi. Porra, será que a pomada para hemorróidas seria para as duas? Ninguém merece.

— Bingo! Na mosca! — gritou Jairão. Tomei até um susto. — Eu não falei?

Jairão não parava de apontar o dedo numa direção. Logo descobri o que era. Acreditem se quiser, Zoinho estava no maior papo com uma morena maravilhosa. Meu, não estou acreditando no que os meus olhos estão vendo. Será que eu fumei um baseado e esqueceram de me avisar? Será que tem cocô nesta cerveja?

— Caraaaaaaaaaaaaaaaaaaalho!!! — disse Pezão, pasmo, como eu.

— Grande Pé, falei ou não falei? O Zoinho já se deu bem, olha lá, não dou meia hora para ele cair de boca nos peitos da morena. Ali já é caixa!

— Meu, preciso testar este xaveco agora mesmo! — disse Pezão, todo animado.

Caralho, se o bagulho funciona assim mesmo eu também quero experimentar! Eu quero, eu quero, eu quero!

— É garantido, meu irmão, pode crer. Bom, mas eu preciso ir, uns amigos meus estão me esperando. Divirtam-se.

— Valeu, cara! — disse Pezão, quase babando.

— Tudo de bom, Biscoito. — falei, apertando a mão do cara. O mané é filho da puta, mas se a cantada mágica funcionar mesmo ... estou nem aí, vira meu guru espiritual para o resto da vida.

Quando dei por mim estava sozinho, Pezão sumiu na multidão. Pelo menos ele deixou o porta-malas destrancado, isso significa mais cerveja gelada para mim. Caralho, será que a cantada realmente funciona? Ah, foda-se, vou tomar mais umas duas latinhas e vou experimentar. O pior que pode acontecer são alguns foras, certo? Beleja. Levar fora em balada é normal, todo mundo leva um dia. Eu só fico puto com aquelas biscates que se acham, tipo aquelas que você vai todo confiante e elas empinam o nariz, dizendo: "ah, dá licença!". Meu, estas são as piores, dá vontade de socar a mão na cara. Mas sou rapaz educado, eu jamais faria isso. Em mulher não se bate, a não ser que seja com um chicotinho estilo Tiazinha, aí é até interessante.

— Tudo bem, Nando? — disse Pezão, de repente.

Não acreditooooooooooooooooooooo!!! Olha a mina que o Pezão catou!!! Puta merda, não estou acreditando no que está acontecendo. O bagulho funciona mesmo, galera! Pezão está levando uma puta loira gostosa para dentro do carro. Só falta o filho da puta me largar aqui e ainda por cima levar todas as minhas cervejas. Se o babaca fizer isso eu mato!!!

Ah, puta merda, todo mundo está se dando bem, eu também quero! Quero nem saber, vou arriscar a tal cantada mágica agora mesmo. Deixe-me ver, deixe-me ver, ali na frente tem uma morena bonita, atrás dela tem uma ruivinha gostosa, perto do portão do Pigmeu tem uma outra morena de saia curtinha e pernas de fora e ...

Pá!!!!! Alguém me acertou um tapão na orelha.

— Caralho, o que é isso? — gritei, apavorado.

Olhei imediatamente para trás e fiquei branco.

— Você viu as duas joaninhas iradas que eu executei?

— Pigmeu ???????????? Mas você não morreu???????????

— Eu morri? Que irado, meu camaradinha!!!

Abracei o maluco. Estou feliz por ele estar vivo. Pigmeu não entendeu nada, mas tudo bem.

— Isso aqui é o céu ou é o inferno, carinha?

— Se liga, Pigmeu, você não está morto. Houve um terrível engano.

— Por acaso você sabe se a minha namorada também morreu no acidente?

— Que acidente? Pigmeu, você não morreu! Se liga, maluco!

— Eu morri, morri sim! Um balão caiu sobre mim.

— Aquilo não era balão, era a minha amiga gorda.

— Gordas não devem passear de balão, é proibido.

— Não, não era um balão, era a Lu.

— Mas ela morreu?

— Quem, a Lu?

— Não, a minha namorada.

— Que namorada?

— A Jocycleide.

Era só o que me faltava.

— Você também conhece a Jocycleide?

— Ela é irada! Ninguém faz fio-terra como a Jocycleide, carinha!

Não é possível, acho que tinha cocô na minha cerveja.

( FIM )

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