As Aventuras de Nando & Pezão

"Dona Mirandinha"

Capítulo 4 – "Conhecendo a Casa"

Meu caderninho de telefones tem um número razoável de mulheres, mas aposto que 99,99 por cento bateriam o telefone na minha cara ao fazer a proposta. Será que Pedrinho Pau-no-cu conhece umas biscatonas gostosas? Tomara!!!

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Olá, pessoal, eu sei que vocês ficaram animados com o nosso filme pornô. Na verdade muita gente ficou também. O babaca do Pezão andou comentando com a galera e nem preciso dizer que já tem uma penca de manés querendo dar uma de galã no nosso filme. Puta merda! Meu telefone não pára de tocar! Será que a tara de todo homem é fazer um filme pornô? Porra, parece que sim. Pensando bem ... já era de se esperar. Qual homem não quer dar metidinha sem compromisso e ainda receber um cascalho no final? Parece o emprego dos sonhos. Mas não sei se é tão fácil quanto parece. Nunca transei com outras pessoas me filmando antes. Será que o Nando Jr. vai ficar com vergonha? Tudo pode acontecer, né? Putz! E se o Nando Jr. negar fogo? Ah, não, eu pego a câmera e quebro a fita. Broxar é normal, mas gravar a broxada já é demais da conta! Sai fora! E se o Pezão pega esta fita ele passa pra meio mundo. Eu conheço aquela peste dos infernos. Uma vez eu tive diarréia e o filho da puta espalhou pra todo o colégio. Em qualquer lugar que eu ia tinha sempre uma galera atrás pagando pau.

Bom, ainda não temos nenhuma mulher pra fazer o filme, em compensação temos mais de 60 candidatos querendo uma pontinha como galã. Cortamos todos, é claro. Sai fora! Seremos apenas os 3 mesmo. Eu, Pezão e Pedrinho Pau-no-cu. Puta merda, vai ser hilário filmar o Pedrinho comendo alguém. Aquelas perninhas tortas dele... hahaha... acho que vou balançar a câmera de tanto rir. A gravação vai sair uma merda só.

 

Duas horas depois, Pezão reapareceu na porta de casa.

— Vamos dar uma olhada na casa? — disse ele, usando óculos escuros daqueles cabulosos. Meu rosto ficou enorme no reflexo. Fiquei parecendo um ET de Varginha.

— Caralho, Pezão! Comprou esta porcaria na lojinha de 1,99 ?

— Sai fora! 1,99 o caralho! Paguei 70 paus, cara.

— Vai tomar no seu cu então.

— Eu posso até tomar no cu, mas vou tomar no cu usando meu óculos de 70 paus.

O bom de conversar com o Pezão é que sempre mantemos o nível. Acho que vocês já notaram, né? Por quê será que nós gostamos tanto de falar palavrão? Eu tenho vontade de inventar um palavrão que fique famoso. Qualquer dia desses vou começar a chamar todo mundo de Brichovando. Não sabe o que é um Brichovando? Melhor ainda, aí é que está o segredo da coisa. Quer bater uma aposta comigo? Mais 5 anos e o Brasil inteiro vai conhecer este novo palavrão. Semana que vem já começo a espalhar esta praga pelo mundo. Vai sair até no Dicionário Aurélio. Na Copa do Mundo você vai assistir aos jogos assim... "Pô, Ronaldinho! Vai tomar no Brichovando, seu Brichovando do caralho!" 

Olhei para o Corsa do Pezão, tinha alguém lá dentro. Era o Murilo, mais conhecido com Bill Gates Jr. Lembram da figura? Sim, ele mesmo, o irmão caçula do Pezão. Maldito molequinho filho da puta. Até hoje não esqueci aquela maldita bala.

— E aí, piolho do saco? — gritei para o pirralho, fazendo sinal de jóia com o polegar direito.

— Vai tomar no Brichovando! — hehehe... brincadeirinha. Ele não disse isso não. Na verdade ele falou assim:

— Beleja, Nando?

Porra! O "beleja" é minha marca registrada! Ninguém pode usá-lo não!

— Beleja o caramba! Quem diz beleja sou eu!

Ah, pra que discutir com o garoto, né? Deixa pra lá. No final das contas o Murilo é o menos pior da família.

— Vamos? — disse Pezão, abrindo o portão de casa.

— Vamos. Mas que diabos o seu irmão está fazendo aqui com a gente? Ele vai acabar descobrindo tudo. O pirralho é foda, você sabe disso.

— Ele já sabe de tudo. 

— O quê?

— Como você mesmo disse. O pirralho é foda. Ele me ouviu conversando com o Pau-no-cu pelo telefone e aí fodeu tudo. O maldito me chantagiou.

— Como assim? O que ele quer? Porra, Pezão, o moleque é de menor, se ele participar do filme vai dar rolo pra gente. Pedofilia é crime!

— Fica frio, cara. Ele só quer ver a gente comer a mulherada. Só isso. Ele disse que está cansado de ver só foto, né? Hehehe.... deixa o moleque. O filho da puta está aprendendo comigo. Disse que se não deixarmos ele assistir ao vivo vai contar tudo pra minha mãe.

— Putz! Aí fodeu.

— Justamente. Não temos outra escolha. O garoto vai ver a gente dar um trato nas pé-vermeio. Talvez aprenda algumas técnicas com o gostosão aqui.

— Grande bosta.

O moleque tem 12 anos. Nesta idade eu adorava olhar aqueles catálogos de calcinha e sutiã que uma amiga da minha mãe sempre esquecia em casa. Bom, na verdade ela não esquecia, eu ... ah, você já sacou. Quanta babaquice, né? Hoje em dia tem foto de mulher pelada até em gibi da Luluzinha, ficou fácil pra gurizada.

Entrei no carro e o pirralho ficou me encarando.

— O que foi, moleque? — perguntei.

— Quer uma bala?

— Ah, hoje você não me pega. Está me achando com cara de idiota?

O pirralho começou a rir e não parava mais. Quase engasgou de tanto rir. Pezão saiu queimando o asfalto, como sempre. Pneu pra carro do Pezão tem de ser muito bom, caso contrário não dura uma semana.

Estávamos calados. Pezão ligou o rádio. Aquela maldita música da "Egüinha Pocotó" começou a tocar.... "pocotó pocotó pocotó ... minha egüinha pocotó!".

— Puta merda, Pezão! — gritei. — Troca de rádio, pelo amor dos meus filhinhos!

Pezão colocou no sintonizador automático. Mas não adiantou muito. Caiu naquela musiquinha sem-vergonha do Rouge. Até hoje eu não consegui entender porra nenhuma desta música. Aposto que você também não.

— Deixa aí, Pezão! — gritou o pirralhinho.

— Porra, não precisa cuspir! — reclamou Pezão, passando a mão atrás da orelha.

Olhei espantado pro garoto.

— Você curte esta bosta, meu?

Antes que o pirralho me respondesse, Pezão disse:

— Esta bosta não vai tocar no meu som de jeito algum. — e desligou.

— Deixa tocar, caramba! — insistiu o moleque.

— Ce tá virando bicha? — resmungou Pezão.

— Vocês estão por fora.

— Por fora está você, ouvindo estas musiquinhas de merda. — eu disse. — Na sua idade eu só ouvia Black Sabbath, Iron, Slayer, e por aí vai. Rock na veia, saca?

— Eu também curto estas bandas. Eu também odeio Rouge, mas aquela música é legal. Eu pesquisei na internet e descobri o que significa a letra.

— Música de bandinha adolescente é tudo igual. Nem precisa de internet pra saber que é sobre alguma patricinha que deu pro entregador de pizza e agora não sabe se fica com ele ou dá pro namorado da irmã, um que faz faculdade de Psicologia na mesma faculdade que ela. A mesma mela-cueca de sempre. Depois montam um clipe horrível com um ator meia-boca da Globo, certamente um que trabalha em Malhação. Pagam um jabá pra MTV e pronto! Sucesso!!! Mais fácil que isso... só roubar pirulito de criança cega.

— Nada a ver, cara. Você viajou feio. Aquela música tem versos satânicos.

— Ah, fala sério! — zombou Pezão.

— É sério! Eu li num site alemão!

— Vai se foder, mano. E desde quando você fala alemão?

— Não precisa, seu besta! Nunca ouviu falar em tradutor?

— Tradutor o caralho. 

— Calma aí, Pezão! — eu estava interessado em saber a tradução daquela porcaria de música. — Continua, garoto. Conta como é a letra.

— Porra, Nando! — gritou Pezão. — Vai cair novamente na dele? Você está cansado de saber que ele só apronta pra cima da gente!

— Eu nunca apronto nada! Vocês é que são muito burros!

Porra! Eu defendo o moleque e ele vem com uma dessas? Fiquei puto também.

— Oh, então pega a letra da música e enfia no...

Pezão pisou fundo no freio. Sorte que eu estava com o cinto de segurança. Quase entramos na lateral de um Fiat 147. Pezão esticou o dedão pro cara do Fiat, gritando:

— Porra, aqui não é lugar de carroça! Vende esta bosta e compra uma Monareta! Vai andar 10 vezes mais rápido, seu babaca filho da puta!

Monareta! Putz! Hahahaha... Maldito Pezão, desenterrou um defunto. Será que existe esta bicicleta ainda? Acabamos todos rindo. O Pezão é foda pra xingar. A gente acaba rindo antes mesmo dele abrir a boca.

Chegamos na casa da velha. Quero dizer, onde a velha morava. Descemos do carro e passamos pelo portão de ferro.

— Você não tem medo do fantasma da velha vir chupar seu pau outra vez? — eu disse, e comecei a rir feito um louco. O pirralho só olhou pra mim com cara de bunda. Acho que ele não entendeu a piada.

— Pode vir, se ela quiser. Aproveito e dou uma chupadinha naquele cu despinguelado.

Entramos na casa. Estava um fudum dos infernos. Eu não conhecia aquele cheiro, era uma mistura de peido com peixe morto.

— Caralho, meu! Enterraram a velha na sala? — reclamei, tampando as narinas. Pezão e o filhotinho de Bill Gates fizeram o mesmo.

— Nossa! Como é que a gente vai conseguir trepar com um cheiro desses?

— Ah, toda pé-vermeio tem cê-cê mesmo! Nem vão notar!

Eu e Pezão caímos na gargalhada. O pirralho nem tchum. Ou o maldito garoto é sério demais ou é surdo. Ah, já sei, acho que ele não faz a menor idéia do que seja uma pé-vermeio. Deixa quieto, um dia ele vai saber.... hehehe...

Passamos pela sala e começamos a pesquisar os quartos. O cheiro melhorou um pouco. Curiosos, começamos a fuçar nas gavetas dos móveis. Enquanto fuçávamos feito crianças arteiras, puxei assunto com o pirralho:

— Você vai contar o que significa a letra da música ou não?

— Não, vocês vão zoar comigo.

— Claro que vamos, seu bichinha. — disse Pezão, segurando uma calcinha velha que ele achou numa gaveta. — Isso é seu, mano.

O pirralho mostrou o famoso dedo pro irmão. Pezão deu risada, jogando a calcinha longe.

— Não vou zoar, prometo. — eu disse.

O pirralho começou a falar, meio ressabiado:

— A música fala sobre Belzebu e seu rebanho.

Pezão caiu na gargalhada. Eu dei uma força pro moleque:

— Deixa o babaca rir, continua.

— A música é basicamente um verso satânico, onde o Belzebu convoca discípulos para o fogo do inferno.

— Caralho! — o moleque falou tão sério que eu estava quase acreditando.

— Mas num site italiano dizia que a música era sobre uma vaquinha vesga que tinha perdido suas tetas no meio do mato. Sei lá, né? Quem garante?

Comecei a rir, pensando que o negócio do site italiano era piada. Mas o pirralho nem esboçou uma risada. Acho que ele estava falando sério. Acreditem se quiser.

— Você é foda, Bill Gates. — zoei com o garoto.

— Bill Gates o caralho! — oloko! O pirralho falou igualzinho o irmão. — Bill Gates só roubou os projetos dos outros, sabia?

Eu fiquei olhando o pirralho e nem percebi algo hilário acontecendo bem na minha frente. Pezão achou uma daquelas roupas de sadomasoquista. Preciso dizer pra vocês que ele vestiu aquilo? Quase tive um ataque do coração. Comecei a rolar no chão de tanto rir. Até o pirralho não resistiu. Ficamos os dois rolando de tanto rir. Quase mijei na cueca. Pezão achou o chicote numa outra gaveta e começou a bater nele mesmo.

— Ai, Pezão, ai, ai, como você é gostoso! — repetia ele, chicoteando a si mesmo.

Meu, que cena ridícula!!! Foi uma pena não estarmos com uma câmera naquele momento, pois seria algo digno das casssetadas do Domingão do Faustão ou poderiam mostrar naquele programinha sem-vergonha da Monique Evans. Lembrou, né? Eu sei que você também assiste. Tem certos programas que são foda. Todo mundo mete o pau, mas está sempre assistindo. Quem nunca assistiu a uma pegadinha do Mallandro, que atire a primeira pedra. Ah, outro programinha escroto que todo mundo assiste é aquele tal de Liquida Mix, mas este eu até dou um desconto, afinal a TV Gazeta passa esta porcaria o dia inteiro!!! Deveriam mudar o nome do canal pra Liquida Mix Television. Eu dou muita risada com aquelas clínicas de estética de rejuvenescimento. Dia desses o apresentador perguntou pra uma ex-cliente: "Antes você pesava o dobro, né?" A mocinha respondeu que sim, antes ela era uma tremenda baleia. Aí o apresentador começou a perguntar: "Você tinha Amigos?" Ela respondeu com uma carinha triste: "Poucos". O apresentador, muito cara-de-pau, disse: "Hummm, e agora?" Ela respondeu com um puta sorriso no rosto: "Muitos, muitos mesmo!". Poxa! Que merda! Isso só provou uma coisa! Ela era uma gorda muto chata! Todos os gordos que eu conheço têm muitos amigos! Mesmo os mais chatos estão sempre rodeados de amigos. Se depois de emagrecer ela está cheio de amigos isso não significa nada! Certamente estes tais "amigos" só querem comer o cuzinho magro dela. Galera, desculpa o desabafo, mas este comercial merecia uma pagada de pau. Nunca vi nada tão ridículo. Quero dizer, só perde para o Pezão usando roupinha de sadomasoquista com chicotinho na mão, né? Isso porque nem mencionei que metade do bundão branco dele ficou pra fora. Putz! Que dureza. Depois dessa preciso de uma 51.

— Meu, a velha era tarada mesmo! — disse Pezão, vestindo novamente sua roupa.

— Acho que sim. Nem vou dizer o que achei naquela gaveta ali.

Eu não quero contar para o Pezão, porque sei que ele vai me zoar pro resto do dia. Mas pra vocês eu até conto. Enfiei a mão na gaveta do criado-mudo e senti algo roliço. Putz! Foi horrível! Tinha um pintão de borracha. Eca!!! Mesmo de borracha... eca!!!

— Caralho, aposto que a velha fazia uns bacanais aqui toda a semana! — disse Pezão.

— Você acha? Eu tenho certeza. A velha tinha mesmo uma cara de biscatona. Se você tivesse topado comer o cu dela aquela vez ... poderíamos ter entrado para o clube.

— Sai fora! E você faria o quê?

— Eu comeria as netas, é claro.

— Babacão, a velha era sozinha no mundo. Esqueceu?

Bom, recapitulando: Pedrinho Pau-no-cu tem as câmeras. A casa tem dois quartos com cama de casal, além de um monte de acessórios eróticos ... hehehe ... Que beleza! Brinquedinhos extras para o prazer. Babaca, eu sei o que você pensou aí, viu? Não, aquele negócio no criado-mudo vai ficar quietinho lá. Sai fora! 

Continua faltando alguma coisa. Claro, as pexecas! Opa, espera aí, falta mais uma coisa também... precisamos comprar um Bom-Ar pra desinfetar aquele maldito cheiro de peido com peixe morto lá da sala, né? Não tenho certeza, mas acho que o Nando Jr. não gostou daquele cheiro. Apesar de que já encontrei algumas pexecas com um cheirinho parecido e ... ah, deixa pra lá!